terça-feira, 6 de março de 2012

Grazi Massafera assume papel de protagonista no cinema

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Grazi Massafera está diante de um desafio. Depois de superar a "fase modelo", ultrapassar o estigma de ex-BBB e conquistar espaço de destaque nas novelas da Rede Globo, ela assume o papel de protagonista da comédia Billi Pig. Dirigido pelo respeitado cineasta José Eduardo Belmonte, não se trata de um filmecomplexo. Mas é inegável o esforço de Grazi para parecer convincente como a aspirante a atriz Marivalda, que tem como confidente Billi, um porquinho de plástico. 

Para levar adiante o papel, Grazi se inspirou em sua própria história. De uma hora para a outra, depois da participação de sucesso no reality show da Rede Globo, ela recebeu convite para a novela Páginas da vida, de Manoel Carlos. Aceitou "no susto". Deu certo, mas ela reconhece: foi ingênua. "Achava que a profissão era só glamour. A cada dia, tenho mais certeza de que não é só isso. Fico noites sem dormir, é necessário esforço, inclusive para trabalhar o entorno. O glamour pode parecer sedutor, mas também tem seu preço, como lidar com a vaidade", diz. 

Casada com o ator Cauã Reymond e prestes a ganhar a primeira filha, a atriz deixou os projetos profissionais para se dedicar a Sofia (o nome está quase decidido), que deve chegar em dois meses. "É tudo novo, mas é engraçado como a natureza nos ajuda. Venho refletindo sobre essa menininha, sobre como vou educá-la. Educação e caráter foram fundamentais na minha vida e na do Cauã. Vamos tentar passar isso para ela. É claro que quando tentamos dar o melhor, o pior acaba indo no pacote. Uma das coisas de que não abro mão é mostrar à minha filha a importância do trabalho. Sou meio formiguinha, porque cresci vendo meus pais trabalharem", diz.

Cinema para o povo
Quem acompanha de perto o cinema brasileiro associa rapidamente o nome de José Eduardo Belmonte a produções densas e autorais, como o drama Se nada mais der certo. De certa forma, ao dirigir a comédia Billi Pig, ele se aproximou das origens, pois, no início da carreira, explorava temas mais leves e divertidos em curtas-metragens.

Em cartaz na capital mineira, Billi Pig foi feito para ser popular, bem no estilo Os trapalhões dos anos 1970. Os ingredientes são parecidos, como o enredo bem simplório, sem grandes desafios intelectuais, e elenco de estrelas da TV. Porém, o resultado final passa longe do objetivo inicial.

A superprodução, que custou cerca de R$ 6 milhões, chega a 200 telas do país cercada de expectativas dos diretores. Deve ficar por aí. O filme narra a situação complicada do dono de uma seguradora de fundo de quintal (Selton Mello) e de sua mulher aspirante a atriz (Grazi Massafera), que se juntam ao padre do bairro (Milton Gonçalves) para trapacear um traficante. 

A ideia do roteiro surgiu por acaso. Belmonte foi à capital fluminense lançar Se nada mais der certo no Festival do Rio. A grana era pouca para badalar o filme, mas, por ironia do destino, a equipe se hospedou num hotel cheio de regalias. Quando foi convidado para dirigir Billi Pig, o diretor se lembrou na hora do ocorrido. "Busquei dialogar com um tipo de linguagem mais popular, fui pesquisar. Aproximei-me da realidade da classe média emergente, que não é a minha", conta. A opção foi conduzir o processo em parceria com os atores. "Encontrar essa linguagem foi um processo intuitivo."

A participação de Grazi Massafera se tornou fundamental para o filme. "Ela está fazendo uma carreira interessante, é inteligente, jovem e com densidade. Quando aceitou protagonizar o projeto, ganhamos outra proporção. Virou um possível blockbuster. Devo muito à Grazi. Acho importante mesclar projetos mais experimentais com produções maiores", explica o cineasta.

Além da adaptação cinematográfica da biografia do cantor Lobão, Belmonte está trabalhando no filme O gorila, com Mariana Ximenes e Otávio Müller.

Três perguntas para... Grazi Massafera
Você rapidamente conquistou papéis de protagonista na televisão e no cinema. É sorte, talento ou as duas coisas?
Não acredito tanto em sorte. Prefiro pensar na união de preparo, oportunidade e foco. A sorte também passa para outras pessoas. Peguei esse filme quando estava preparada. O Belmonte já havia me convidado para Se nada mais der certo. Na época, vi o trabalho dele e me assustei com a responsabilidade. Por ironia, o Cauã acabou fazendo o filme e comecei a frequentar um pouco o set. Belmonte é um diretor completo, tem um estilo de trabalho colaborativo bem bacana.

Depois de várias novelas no currículo, você desenvolveu método próprio de lidar com a carreira? Sente-se mais segura?
Acredito que o ator, em geral, tem uma profissão ligada à insegurança. Lidar com isso é o grande segredo. Aprendo, a cada dia, a administrar um pouco mais a minha. Quanto mais me dedico, mais fico insegura. Há um lado positivo: você manter os pés no chão, aberta ao aprendizado. Nos bastidores, tenho aprendido a atuar com grandes artistas. É quase um mestrado.
 
Você é bem-sucedida na vida profissional e pessoal. Como administrar tudo isso?
Lido muito com a intuição, tanto para trabalhar quanto para escolhas pessoais. Adoro ouvir opiniões, inclusive do Cauã, meu marido. Só que a palavra final sempre tem de ser minha. Se a escolha for certa ou se for errada. Se isso ocorrer, é mais fácil administrá-la.

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